Pela sua magnificência, o monumental conjunto arquitectónico de Mafra (palácio, convento e basílica) é testemunho da opulência da corte de D. João V (1707-1750), o monarca que o mandou construir, e o mais importante monumento barroco português. O traço é da autoria de Frederico Ludovice, que utilizou uma linguagem arquitectónica e decorativa inspirada nos modelos italianos.
Tendo sido residência de Verão da família real, o Palácio possui várias colecções de origem portuguesa, italiana e francesa executadas por encomenda real, incluindo pintura e escultura barrocas, paramentos e alfaias litúrgicas e pinturas murais de importantes artistas portugueses, como Cirilo Volkmar Machado e Domingos Sequeira.
Na Basílica existe um conjunto seis órgãos, único no mundo, e merecem ainda destaque os dois carrilhões de 114 sinos – 57 em cada uma das torres, feitos em Antuérpia no séc. XVIII, e que são também os maiores a nível mundial.
É imprescindível visitar a Biblioteca em estilo rocaille, situada na ala nascente do Convento de Mafra. Instalada na mais nobre sala do monumento, e que com 83 metros de comprimento é também a maior, esta é a mais importante Livraria monástico-real do século XVIII, existente em Portugal. Foram os frades arrábidos que nos sécs XVIII-XIX organizaram os 40.000 volumes preciosos da forma sistemática que se mantém até aos nossos dias, e que elaboraram o catálogo onomástico, onde estão registadas todas as obras existentes até 1819. Do valioso espólio destacam-se as obras nacionais e estrangeiras, impressas nos séculos XVI, XVII e XVIII, algumas das quais muito raras, como os 22 incunábulos estrangeiros e 41 cartas geográficas.