À descoberta dos rios e da sua envolvente

Rio Minho

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Rio luso-espanhol que serve de fronteira entre o norte de Portugal e a Galiza. Nasce em Espanha, nos montes Cantábricos, na serra da Meira e o seu curso estende-se ao longo de cerca de 340 km. O estuário do rio Minho é caracterizado pela existência de áreas de sapal e de bancos de areia e de vasa. Uma paisagem que vai desde a habitats como florestas e matas; a prados; a dunas; a sapais; cursos de águas com uma vegetação ribeirinha bastante abundante. Um local cheio de diversidade quer na fauna quer na flora, e um dos locais únicos onde ocorrem a Águia-sapeira, o Garçote e a Garça-vermelha, bem como números interessantes de aves aquáticas com destaque para a Negrinha e o Corvo-marinho.

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Rio Lima

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Rio luso-espanhol que atravessa toda a região do Minho. Nasce em Espanha, na província de Orense, e desagua no oceano Atlântico, junto a Viana do Castelo, depois de ter percorrido cerca de 109 km. Junto à cidade de Viana do Castelo, o pequeno estuário do Lima apresenta uma riqueza apreciável em termos de avifauna, apresenta contando com a presença de um número considerável de espécies durante a maior parte do ano. Destacam-se diversas espécies de aves aquáticas, como o rouxinol-pequeno-dos-caniços, a garça-real, a garça-branca-pequena, o pato-real, o frango-d’água e a galinha-d’água, bem como algumas aves de rapina (tartaranhão-ruivo-dos-pauis e bútio-comum). O coberto vegetal é extenso, sendo bastante denso nalguns locais. As árvores mais comuns são o pinheiro-bravo, o eucalipto e o carvalho-roble, nas zonas baixas ocorrem igualmente salgueiros e amieiros.

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Rio Cávado

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O Rio Cávado nasce na serra do Larouco e desagua no oceano Atlântico, junto a Esposende, após um percurso de 118 km. Apresenta um interessante conjunto de habitats naturais e semi-naturais num favorável estado de conservação e de elevada importância ecológica. Neste sentido é criado o Parque Natural do Litoral Norte (PNLN) que apresenta como objetivo a preservação de espaços de grande diversidade e riqueza paisagística.  Uma paisagem onde se destaca as águas fluviais, os lodaçais a descoberto na maré vaza, os sapais, o prado salgado atlântico com extensos juncais e as pequenas matas aluviais ou  galerias ripícolas das margens. Cenários de grande diversidade e dinâmica própria onde se encontra uma vegetação como o junco (Juncus spp) e a arméria (Armeria spp), para além de uma rica avifauna, da qual se destaca a pega-rabuda (Pica pica), o corvo-marinho, gaivotas e o pato-real (Anas platyrhynchos) e de de espécies com o estatuto de raridade como o cisne-mudo, o ganso-de-faces-brancas ou o pato-ferrugíneo, no entanto, não deveremos ficar surpreendidos se no juncal em frente nos aparecerem entre os primeiros raios de sol espécies mais ilustres como a coruja-do-nabal, o gavião ou o tartaranhão-ruivo-dos-pauis.

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Rio Douro

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O rio Douro nasce na Serra de Urbión, no norte de Espanha, e desagua na cidade do Porto. É o segundo maior rio de Portugal e um dos maiores rios da Península Ibérica com um comprimento total de 928 km. O Estuário do Douro, situado entre as margens das cidades do Porto e Vila Nova de Gaia, atualmente denominado por Reserva Natural Local do Estuário do Douro, usufrui de um estatuto de proteção específico que assegura a conservação da sua biodiversidade e do património natural local. A zona do sapal e a área de areias que cobrem e descobrem com as marés (Cabedelo e a Baía de S. Paio respectivamente), apresentam grande valor paisagístico e natural e, nomeadamente, condições favoráveis para abrigo e nidificação de muitas aves designadamente as espécies migratórias e limícolas. É possível encontrar espécies como guarda-rios (Alcedo athis), bandos de corvos-marinhos e de garças-reais (Ardea cinerea), garças-branca (Egretta garzetta), maçaricos-das-rochas (Actitis hypoleucos) e rolas-do-mar (Arenaria interpres), tarambolas (Pluvialis spp). e seixoeiras (Calidris canutus), piscos-de-peito-azul (Luscinia svecica) e gaivotas de diversas espécies. Também do ponto de vista da flora se podem encontrar algumas plantas protegidas, como a Jasione maritima, a Centaurea sphaerocephala e muitas outras.

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Rio Vouga/Ria de Aveiro

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A Ria de Aveiro, com extensão de 45 km, é considerada uma das formações geológicas mais importantes e com elevado valor de conservação quer na paisagem nacional e internacional. A Ria de Aveiro surge através da ramificação do Rio Vouga que ao chegar ao distrito de Aveiro, se distribui em inúmeros canais de terreno baixo, onde coexistem ilhas e ilhotas, dando início à formação da Ria – uma das mais belas paisagens de costa em Portugal. Apresenta uma grande biodiversidade e destaca-se as extensas áreas de sapal, salinas, áreas significativas de caniço e importantes áreas agrícolas. Os sapais e prados marinhos são habitats de grande importância deste estuário, encontrando-se espécies como o junco-das-esteiras (Juncus maritimus), a morraça (Spartina maritima) e o sirgo (Zostera noltii). A Ria de Aveiro apresenta-se como importante local de alimentação e reprodução para diversas espécies de aves aquáticas, sendo uma das mais abundantes as aves limícolas. A beleza paisagística distinta desta zona húmida é reconhecida pelos seus diversos estatutos de natureza e biodiversidade.

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Rio Mondego

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O maior rio inteiramente português que nasce na serra da Estrela, num local conhecido por Mondeguinho e desagua no oceano Atlântico, junto à cidade da Figueira da Foz, após percorrer 220 km. É em frente à cidade da Figueira da Foz que o estuário do Rio Mondego se estende, constituindo um dos principais centros salineiros em Portugal. Determinante de grande riqueza paisagística e de biodiversidade é possível encontrar espécies faunísticas bastante interessantes. Entre as aves de maior porte que frequentam este local destacam-se os flamingos (Phoenicopterus ruber), as garças-brancas-pequenas (Egretta thula) e as garças-reais (Ardea cinérea). Contudo, são as limícolas que mais contribuem para a riqueza deste local. Mas também uma flora, incrivelmente diversificada, que vai desde a existência de choupos, salgueiros, freixos, amieiros, que permitem uma flexibilidade e garantindo o equilíbrio deste ecossistema.

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Rio Tejo

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O maior rio da Península Ibérica, estendendo-se ao longo de 1009 km, nasce na Serra de Albarracim, em Espanha, e desagua no oceano Atlântico, por um largo estuário adiante de Lisboa, em S. Julião da Barra. O Estuário do Tejo é a zona húmida mais importante e extensa de Portugal e considerada uma das dez mais importantes da Europa. Apresenta-se como um mosaico de salinidade, humidade e de imensa vegetação de grande riqueza paisagística, ecológica, biológica e económica. Neste sentido é criada a Reserva Natural do Estuário do Tejo (RNET) que abrange uma área, que inclui uma extensa superfície de águas estuarinas, mouchões, sapais, salinas e terrenos aluvionares agrícolas. Na flora destaca-se a vasta mancha de sapal que bordeja o estuário, constituída sobretudo por gramíneas e arbustos de pequeno porte, representando uma continuidade entre o ambiente aquático e o terrestre, criando condições necessárias ao desenvolvimento de espécies como morraça (Spartina marítim), gramata-branca (Halimione portulacoides) e gramata (Sarcocornia fruticosa). Estas espécies representam um papel determinante na composição, estrutura e dinâmica do sapal. É, no entanto, a avifauna aquática que confere ao estuário do Tejo uma enorme importância europeia. Na Reserva Natural destaca o alfaiate (Recurvirostra avosetta), no entanto é de notar a presença significativa de muitas outras espécies, nomeadamente o flamingo (Phoenicopterus ruber), o ganso-bravo (Anser anser) e o pilrito-de-peito-preto (Calidris alpina).

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Rio Sado

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O Sado é um rio português, que nasce na Serra da Vigia e percorre 180 km até desaguar no oceano Atlântico perto de Setúbal. O estuário do Sado é o segundo maior estuário português e um dos maiores da Europa, sendo por isso a RNES (Reserva Natural do Estuário do Sado) criada sobretudo devido ao interesse botânico e faunístico, de modo a preservar os valores de ordem cultural ou científica bem como a promoção do recreio ao ar livre. Constituída por uma sucessão de água de rio e de água de mar, bancos de areia e de vasa, praias, dunas e sapais, integrando um ecossistema rico e produtivo ao qual se encontram associadas uma flora e fauna diversas. Ao longo das margens do rio Sado O tipo de vegetação ripícola ocorre com bastante frequência, formando autênticas matas ribeirinhas com amieiro (Alnus glutinosa), freixo-de-folha-estreita (Fraxinus angustifólia), ulmeiro (Ulmus minor), salgueiro (Salix alba), entre outras. A zona estuarina do Sado constitui, na prática, uma zona de crescimento de inúmeras espécies de peixes e de moluscos, com grande interesse biológico, destacando-se como uma região de grande importância para o roaz-corvineiro (Tursiops truncatus) também conhecido localmente por “golfinho do Sado”. Devido à sua riqueza biológica, o Estuário do Sado, constitui ainda uma das três principais zonas húmidas portuguesas de grande importância para as aves aquáticas, tornando-se expressivas as populações de corvo-marinho-de-faces-brancas (Phalacrocorax carbo), de flamingo (Phoenicopterus ruber), de garça-boieira (Bubulcus ibis), de garça-branca (Egretta garzetta) e de garça-real (Ardea cinérea).

RIO SADO


Rio Mira

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Rio que nasce na serra do Caldeirão e desagua no oceano Atlântico, junto de Vila Nova de Milfontes, estendendo-se ao longo de 35 km. O estuário do Rio Mira exibe diferentes tipos de habitats, que vão desde os cordões dunares, a zonas de Sapal e antigos tanques de salinas, passando por águas abertas, zonas de bosque, até por matagais nas margens sul deste estuário. Apresenta uma biodiversidade rica onde se destaca a existência de uma população marinha de Lontra-europeia (Lutra lutra), não deixando de ser igualmente importante as diferentes espécies de aves marinhas e aves de habitats florestais que se podem aqui observar. É também um dos melhores sítios do país para observar a gaivota-de-cabeça-preta (Larus melanocephalus).

RIO MIRA


Rio Arade

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O rio Arade alinha-se no contacto entre a serra xistenta e o barrocal calcário, na região de Silves. Desagua no oceano Atlântico, entre as fortalezas de Santa Catarina e de S. João. Apresenta um grande valor ambiental, com extensas zonas de sapal de interesse paisagístico e ecológico. A foz do Estuário do Arade situa-se junto da cidade de Portimão caracteriza-se pela existência de inúmeros canais de água e sapais que criam extensos espelhos de água de grande beleza paisagística. Possui uma grande diversidade de paisagens que vão desde os extensos cordões dunares, sapais, salinas campos agrícolas, pomares e matagais mediterrânicos. A sua classificação resulta sobretudo da presença e diversas espécies de flora e fauna. Neste local destaca-se principalmente a ocorrência de aves limícolas, como o pernilongo, o maçarico-de-bico-direito e o alfaiate. Ocasionalmente encontram-se ainda neste local pequenos bandos de flamingos devido à existência de diferentes refúgios naturais.

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Ria Formosa

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A Ria Formosa é uma das mais belas e importantes zonas húmidas de Portugal, formada por um sistema estuarino-lagunar com uma vasta área de sapais, ilhotas e canais, protegida por robustos cordões arenosos. Toda esta paisagem resulta da presença de numerosos habitats que alberga uma biodiversidade muito especial, na qual a avifauna adquire uma particular relevância. Neste sentido, foi criado o Parque Natural da Ria Formosa com objetivos de proteção e conservação do sistema lagunar, nomeadamente da sua flora e fauna, incluindo as espécies migratórias, e respetivos habitats. A vegetação que cresce nas margens do rio toma grande importância quando apreciada em termos do alimento e, sobretudo, do abrigo que fornece a toda a fauna existente. Entre a vegetação das margens e do leito dos cursos de água podem-se encontrar  tabúas (Typha spp)., tamargueira (Tamarix africana), caniço (Phragmites communis), junco-agudo (Juncus acutus), entre outras. À diversidade de comunidades vegetais corresponde uma riqueza faunística que constitui um dos aspetos notáveis da Ria Formosa, destacando-se a avifauna, onde se incluem numerosas espécies consideradas ameaçadas, um dos principais interesses da conservação da natureza. Muitas das espécies que aqui se encontram atribuem a este sistema um estatuto de importância europeia, nomeadamente a Andorinha-do-mar-anã, o alfaite ou a Gaivota de Audouin. É possível observar uma grande diversidade de espécies aves aquáticas, sobretudo as limícolas, os patos e as garças e de aves de rapina. Ainda as espécies ameaçadas, tal como o cavalo-marinho e o camaleão também podem ser vistas ao longo da Ria Formosa.

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Rio Guadiana

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Um dos três grandes rios luso-espanhóis, o rio nasce em Espanha, na serra de Alcaraz, e serve de fronteira entre os dois países desaguando desagua no oceano Atlântico em Vila Real de Santo António. É no entanto o Sapal de Castro Marim no estuário do Guadiana que aqui se destaca pelo seu interesse biológico, os seus múltiplos aspetos ecológicos, botânicos, ornitológicos e ictiológicos, dando origem  à Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António. A paisagem deste local é fortemente marcada pela existência de sapais bem conservados, por numerosos canais e salinas que conferem um estatuto de grande riqueza faunística chegando albergar milhares de espécimes ao longo de todo o ano. Ao longo do sapal a diversidade da flora é notável com espécies como a morraça (Spartina marítima), a Sarcocornia perennis, a Halimione portulacoides, a Spartina versicolor, a Arthrocnemum macrostachyum e a barrilha ou valverde-dos-sapais (Suaeda vera). O sapal é reconhecido pela sua importância para a reprodução de várias espécies de peixes funciona como um viveiro natural e como local de passagem, e nidificação de numerosas espécies de avifauna emblemáticas, pela sua presença e beleza, destacando-se para além do pernilongo, que é o símbolo da Reserva, as limícolas como o Alfaite, o Perna-longa ou o Alcaravão; bem como o colhereiro (Platalea leucorodia), o flamingo (Phoenicopterus roseus) e a cegonha-branca (Ciconia ciconia).

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